Dói, porque agora me sinto viva
E, que me perdoem, mas começo a julgar-me livre
Livre do mundo, mas presa a ele
Livre do homem, e liberta da mente
Quimíco à medida que necessito
leio à medida em que me alimento
procuro até me satisfazer
vivo a vida com enorme prazer
Dê-me sua boca, suja e pútrida
Lave-a no esgoto, que ficará limpida
Deixe seu corpo próximo à cova
Para o esforço não ser preciso
Vida boa, calma, varra os cacos que deixaste
limpe minh'alma, leve meu cárcere
Assim vivo e sonho na arte
Na arte pura e gloriosa dessa paixão que não se cessa
Paixão esquisita, bizarra
não para de me enlouquecer,
me deixa insana, não me permite esquecer
e de minha parte, foi apenas o real
Enlouqueço agora na paixão permanente
apaixono-me todos os dias
sorrio a quem me enamora
vamos, sorria de volta!