segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Vou lhe contar do amor

Vou lhe contar,
o que já contei-lhe em tempos mais funestos
Vou lhe contar,
o que sinto o vento trazer por esse mar
Vou lhe contar,
que de amor, os corações estão repletos
Mas não é sempre que se sabe demonstrar
Certa vez, contei-lhe meu sofrimento
minh'alma escapuliu-se de uma vez
O vazio quedava-se em meu peito
e a dor assemelhada à morte, não continha lucidez
A cura para a dor surgiu aos poucos,
pareciam-me arrepios da paixão
enamorei-me, como os outros tolos loucos
que vivem a vida à busca da ilusão
Pobres corações ingênuos, não sabem ao que se destinaram
almejam apenas amar, sem sequer saber se já amaram
A dor que acompanha a alegria,
que de certo acabará algum dia,
cessando a incrível melodia
que faz o coração pulsar
Porventura exista um amor que venha sozinho
é veracíssimo que este perdurará
É a raridade momentânea
e enquanto não a encontro,
vivo a vida de maneira errônea,
mudando meu nome nos pontos finais
lembro de amores de outros carnavais
Disseram-me uma vez e custei a acreditar
que cura-se um amor com outro
mas agora vivo assim, sem nem o indagar
o amor é dissimulado, um desgosto
E é por isso que quando chega o amor
já preparo-me para a dor
Agora que sei a cura,
apaixono-me, impura
E vou vivendo assim,
e cá pra mim "eu faço samba e amor até mais tarde,
e tenho muito sono de manhã"
E o amar assim é pura arte
enamoro-me numa tarde em Itapuã