Ignorantes gritam críticas e opinam de maneira subversiva, a qual meus ouvidos assemelham aos
ruídos vindos do inferno, ou até mesmo ao estrondo do fim do mundo, no qual infelizmente
vivemos.
Os tais gritos que ecoam em minha mente tornam-se incessantes, e por tão lamentáveis e
desprezíveis, passo a julgá-los como minha verdade absoluta, todavia apenas por instantes.
O barulho é amenizado, pois ele nunca se cessa, então consigo pensar. Ah, mas quando penso...
quando penso, me odeio!!, pois enxergo minha tolice por não tolerar o insuportável, e acabo o
aceitando como veracidade.
Não há verdade nesse caso meu, pois o bem é o mal, e o mal é o bem, isso quando eles
não resolvem ser pura e simplesmente eles mesmos. Não se sabe qual é qual em cada
momento distinto. Só se sabe que os dois jogam de lados opostos, e ambos lutam por minh'alma.
Escuto irritada, mas serena os dois lados da moeda, mesmo sem saber quem é quem. Eu nunca
sei.
Enlouqueço à medida que cada sílaba junta-se a outra e formam então, palavras que me
desnorteiam, e caracterizam-me. Aliás, meus vários "eus" são minha marca principal, por
toda essa influência, dos lados, que regem minha vida e minha maneira de pensar. Não! Não sou
assim, pelo menos agora não, daqui alguns segundos, posso mudar, e não ser mais assim. Pois eu
sou assim, várias mentes em um só corpo, várias ideias em uma só mente.