domingo, 15 de março de 2009

Inevitável Explicação

Ah, não posso viver com essa dor
essa dor que faz lacremejar os meus olhos, dia após dia
dor funesta e vazia, só de pensar, me arrepia
Dor que com ela não sei o que faço
Suplico: ajudem-me!
Temo ficar sozinha, perco-me na escuridão
no vazio, tremo na mentira, acordo num porão
Escuras são as cores com as quais me encontro
sombrios são os pensamentos que tenho
Livre-me disso que predomina em minh'alma
Ah, que desejo de morte!
Que desejo mais lúcido da pútrida realidade!
Quero o real, quero o que ninguém quer
Minha vontade é dormir e não acordar mais
e sonhar sempre o mesmo sonho louco e demente
é acordar no sonho de um delinquente
Não posso julgar os outros por loucuras que possuo
Insanidades minhas, alucinações cretinas
Tire-me desse lugar! Tire-me daqui!
Não posso nem pensar!
Nem me recordo de meu prórpio olhar,
a imagem que tenho de ti, foi inventada
Eu vi tudo isso numa pintura
recordo-me, e permito-me ao castigo
Em nada posso acreditar,
nada sei, um nada eu sou
Não tenho forças para pensar
Minha boca produz palavras que nem conheço
Minha fala é protagonista do auto-desprezo
Me leve daqui! Essa realidade pertubadora!
Tire-me do que chamam de real
Quero um mundo colorido com amor
Que amor? 
Ele nem existe! Ah, fico louca
Decepção à tona, quero um lugar tranquilo
uma casinha amarela com bolinhas rosas
cheia de dor, novamente estou louca
Suplico e repito: ajudem-me!
Que mundo é esse que só o mal permite?
Ah, quero descansar, meu caro, minha cara, não importa
Vou-me embora daqui!
Podridão, não a quero!!
Vou-me embora desse inferno,
talvez para outro pior!
Não me deixe bem agora, 
agora que sinto a hora
chegando, chegando, caminha lentamente
ah, me leve com você tempo!
minutos, ironia ao vento!
Deixa! Larga disso tudo!
Quero o real, eu quero o sujo
não quero mais aqui ficar
leve-me embora, não importa o lugar
só quero a liberdade,
e no iluminismo acreditar!
Estou cega para o que há de vir
não quero ver
Não quero!
Mate-me agora, se quiser o prazer
porque se eu permanecer,
não pense em viver
Não basta estar vivo para estar vivo
Posso morrer viva
Então, deixe-me aqui
Julgue-me livre, mas sei que não sou
Ajudem-me!
E o mundo que escuto falar?
Já não o sei;