segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Lembranças do Futuro

Sento-me à frente de uma tela. Uma tela com a qual fui acostumada desde pequena. E, que para mim, não são grandes novidades. Nasci no auge da tecnologia. Não precisei, assim como meus pais e avós, me adaptar à nova Era. Eu sou a nova Era. Eu, você, nós somos o futuro. Que futuro? Que futuro é esse que é tão falado? Que é tão pensando?
Sento-me, esqueço de tudo, procuro meus óculos de meio grau de astigmatismo numa bolsa vermelha em cima de minha mesa, coloco-os: vejo o mundo. Guio aquele objeto tecnológico, chamado de computador, como se já o utiliza-se desde minha gestação, como se fizesse parte de mim. Nem penso para usá-lo, nem se quer penso. Prefiro não pensar em nada, esqueço de tudo, me isolo do mundo: enlouqueço. Fico louca na medida certa, leio Leminski. Ah! Leminski. Leio, penso, paro, penso novamente, penso no que pensar, porque não sei o que pensar, se ler já é complicado quando se trata de Leminski... Ah, queria eu ter escrito tais versos tão sabios, tão loucos, tão... Sinto um calor, uma espécie de raiva, angústia... Chega de Leminski. Há tantos loucos por aí. Leminski é só mais um.
A criatividade se perde. Não sei mais sobre o que escrever...
Talvez seja porque não tenha mais sobre o que escrever... Nesse momento. Porque sobre o que escrever, sobre o que pensar e sobre o que sonhar... Sempre haverão coisas a serem escritas, pensandas, sonhadas... Mas não agora. Agora não.
Agora chega. Chega.
Mundo insano e louco. Grite, fique rouco. Se rebele. Faça sua parte.
Se rebelar é arte.