quinta-feira, 31 de julho de 2008

Eu queria me chamar Lucy.

Eu queria me chamar Lucy. Se eu me chama-se Lucy, ao certo seria muito decidida.
Eu andaria sempre de bom humor, me dedicaria mais as coisas que faço, e amaria a todos, mesmo se tivesse diversos motivos para odiá-los.

Ódio não seria uma palavra do meu cotidiano.

Eu acordaria todos os dias pela manhã, vestiria meu vestido azul mais bonito, e nos pés calçaria um sapatinho preto.
Eu caminharia pelas ruas de uma cidade qualquer, ou até mesmo de minha cidade, e nessa caminhada levaria comigo uma cesta, na qual seriam notáveis os inúmeros pedaços de papéis dobrados, presos por grampinhos dourados, todos misturados.
Em cada papel, uma palavra contida, e em cada palavra uma magia. E, cada pessoa que fizesse a leitura da magia na palavra, uma apreensão diferente.
Eu bateria de porta em porta, e a cada um que me atendesse, eu ergueria a minha cesta bem no alto, e diria a cada um para sentir-se a vontade em pegar os papeizinhos. Não, eu não cobraria nada e a única coisa que eu aceitaria em troca seria um sorriso. Eu o levaria como gorjeta de mais um dia duro de trabalho.

Um trabalho que me daria prazer... Deixar as pessoas felizes!

Eu queria ser a Lucy.

Eu queria apenas viver da felicidade dos outros, assistindo ao grande show da vida, e fazendo dele a minha própria felicidade.
Você ao certo, iria gostar de acordar todos os dias, com uma menininha batendo à sua porta, com uma grande de cesta. A princípio você não entenderia, mas, por curiosidade pegaria um papelzinho, e faria a leitura de uma palavra, talvez sem sentido, talvez com sentido, poderia ser algo como “amor”, e entendendo ou não, você iria sorrir, e ficaria feliz sem motivo, e isso faria a felicidade de Lucy de volta.

Acontece que nada disso existe, e é louco imaginar que amanhã pela manhã passará uma garotinha de cabelos castanhos bem curtos, usando um vestido azul, e um sapatinho de boneca preto, carregando uma cesta cheia de papéis. Nesse mundo é louco imaginar.
Mas me diga, qual seria a graça se não fôssemos todos loucos?
Nenhuma. O mundo seria cinza.
A loucura surgiria a partir do momento em que Lucy chegasse com sua cesta, mas desta vez uma cesta cheia de latas de tinta, ai ela pintaria o mundo, e as pessoas passariam a imaginar.

Pois é. É uma pena eu não me chamar Lucy. Meus pais acabaram por escolher um outro nome. Nem ouso a falar, pois depois de Lucy, qualquer nome ficaria seco e sem graça.






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Pois é. Por incrível que pareça, meu nome não é Lucy. Mesmo que apareça no link deste blog: Lucy Smith Davies.

Meu nome eu não revelo. Talvez, nem eu o saiba.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Fernanda

(letra de música, já músicada)

Fernanda uma menina
De cabelos ondulados
Cabelos castanho e meio avermelhados
Seus olhos são negros, amendoados
Palavras frias
Olhar descontrolado

E ela tem sardinhas no nariz

Ela é viciada em filmes com Amanda Peet
E não vê nada de bom no tal de Brad Pitt
Ela nem se quer,
Sabe o que quer
Biologia ou cinema?
Qual será que vale à pena?
“Biologia é muito chato”
-disse a irmã arremessando o sapato

E cinema é outro esquema, ah ah ah

Tem um jeito meio misterioso
Mas quando grita, pode ser escandaloso
Corpinho de sereia, rolando na areia
Magrinha assim...
Não é igual à mim
Ela fica em casa, e acha tudo errado
Mas a sua vontade é pular do cercado
E aquele sonho nunca ser pisoteado


Mas ela nem sabe o que quer
E nem sabe o que se quer
Ainda não é uma mulher
Ela saberia o que é
Se quer, Fernanda...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Primeiro contato.

Busco em mim, o existente
mesmo que seja inevitável;
Encontrar-me apenas em mente