quinta-feira, 12 de março de 2009

Funesto Vazio

Tediosa semana, não passa
O relógio assemelha-se frio
Maldito tempo, hora vasta
Leve de mim o funesto vazio

A solidão num copo d'água imersa
Refletida no vago olhar
A vida me olha e depreza
Não penso e nem ouso parar

Sou filósofa, médica e poeta
Temo na medida do pensar
Incessantemente, a mente aberta
Penso para logo indagar

Invento paixões que distraem
Matuto até algum fim
E os sonhos desmancham e caem
E a tirania prevalece, mesmo assim

Me olho no espelho e vejo
Existe um outro em mim
Lápis e mente, lampejo
Porventura delíro em Manfrim

Meu nome pergunto à Rosa
vermelha, de perfume encantador
e com voz delicada e tenebrosa
ela diz que em mim, só vê a dor



Por Amélia Maria Macedo

Um comentário:

Cora Rodrigues disse...

Queria ser a Rosa,
pra dizer com uma outra palavra, que a dor que vejo em seus olhos, não passa de uma cilada.
Diria que o que vejo vai além da compreensão
de um mero ser humano,
vagueia na imaginação
de seu doce olhar tirano

Diria que o que vejo é o amor, da jovem que ama a dor.